quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Atualizando...(Mãe-Parc-Niver-Gelo-Neve)

Abandonado! É o blog foi abandonado! Pobre dele... Pobre é de mim! O dia aqui parece que é mais curto... Sei lá! No Brasil eu saia de casa às 7h, ia de um lugar para o outro, trabalhava feito um jumento, resolvia mil coisas... só voltava para casa lá pelas 21h. O dia rendia. Era longo. Aqui é diferente. Uma amiga um dia me disse: quanto mais tempo você tem menos você faz. Muito verdade isso. Ontem mesmo eu só dei um pulinho no banco... nada mais... quando vi tava na hora de buscar Lucas na escola. Ta certo que levei uns quarenta minutos para chegar ao banco de bike... fui sem pressa (adoro isso!), mas mesmo assim. Acho que meu dia ficará mais longo quando eu tiver uma ocupação além dos afazeres domésticos (aaarrrrrggggg!).

Mas vou deixar de conversa mole... vamos atualizar!

Minha Veinha passou uns dias aqui conosco... tudo de bom. Foi exatamente na época que Paulinho começou a trabalhar, aí como ela estava aqui, eu não senti o “impacto” da ausência dele. Passávamos o dia batendo perna. De um lado para o outro. Até atrás de um bacalhau ela me fez ir. É que dia 09 foi meu aniversário e ela queria preparar uma de suas especialidades: Bacalhau a Gomes de Sá. Ela tava era mal intencionada... queria agarrar a gente pela boca feito peixe...kkkkkk. Encontramos o danado lá no Marché du Vieux-Port. O preço foi imoral: CAD$20 o Kg! E olha que era um bacalhauzinho muito do chinfrim. Só Mainha mesmo para ter coragem de pagar essa grana. Mas... valeu a pena! Ficou uma delícia! Pena que não tirei uma foto. Por falar em meu aniversário... tive uma festa virtual! Minhas irmãs chamaram meus parentes e amigos lá para casa e me fizeram uma surpresa. Acho que isso faz parte do plano de me matar do coração aos 30 anos, ops... 31. Morri de chorar. Minha vontade era catar tudo e pegar um avião. Olha que minha mãe tava aqui... não quero nem imaginar o ano que ela não puder vir. Quem está longe da família a mais tempo tem maior propriedade para falar sobre isso que eu, mas mesmo com pouca experiência tenho uma certeza: a distância é uma ferida que nunca sara. Quando ta criando a casquinha chega uma data como aniversário... Natal...dia das Mães/Pais... aí a gente coça e ela volta a sangrar. Vou ter que me acostumar.

Fomos visitar o Parc National de la Jacques-Cartier. O lugar é lindo! Inesquecível! Principalmente porque foi o lugar onde Lucas e eu vimos neve pela primeira vez em nossas vidas! Emocionante!

























Dia 14 minha mãezinha voltou para casa... e eu fiquei na solidão... buáááááá! Neste dia acordamos e vimos os carros “congelados”. É isso aí! Tinha uma camada de gelo em cima deles. Não estávamos preparados para esse tipo de situação. Não ainda em outubro. Existem umas escovas para neve e raspadores para gelo... mas... não tínhamos. Então, meu querido marido (sempre muito criativo!), pegou uma espátula que trouxemos do Brasil para aplicar uns adesivos de parede e raspou o gelo. Até que funcionou. O podre é que ficou com a mão “congelada”. Claro que providenciamos a escova/espátula na mesma semana. Só ta faltado a pá! É... uma pá! Para cavar a neve e poder tirar o carro que ficará afundado qualquer dia desses. Qualquer dia mesmo... Hoje está assim:
Na ida - 8h














Na volta - 15h







segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Visita Surpresa!

Eu ainda não sei se foi um sonho ou se foi “realmente real”!

Há uns 20 dias eu tava super deprê... bem mal mesmo. Quando a gente ta assim parece que tudo dá errado, né?! Tava sabendo a poucos dias que não poderia fazer um curso de francês no Mieux Être Des Immigrants (organização que dá suporte a nós imigrantes e é subsidiada pelo Ministério da Imigração), pois estava inscrita na francisação em tempo integral. Para piorar tava combinando com minhas irmãs e mãe para nos encontrarmos em NY quando um amigo alertou que precisava da carteira de residente permanente para poder retornar ao Canadá e a nossa ainda não tinha chegado. Fui pesquisar se haveria alguma forma e, pelo que entendi, eu teria que solicitar uma permissão especial justificando o motivo da viagem e etc. e tal. Eu não sou de desistir das coisas muito fácil, mas fiquei preocupada que isso pudesse a vir prejudicar nosso processo de cidadania (no futuro... se Deus quiser assim!), então fui “morgando” esta história, mas fiquei me sentindo uma m***a. Afinal, apesar da necessidade profissional da ida delas a NY, o motivo principal dessa viagem acontecer agora era para que nós fôssemos todas juntas. As “quatró molheeerrres”, como costumamos brincar! Só as 4! Adoramos viajar assim. Meu consolo era que minha mãezinha chegaria dia 02. Na noite do dia 29 meu pai, totalmente desligado que é, ligou para avisar a Paulinho que elas já estavam a caminho e acabou comentando comigo que elas chegariam no dia seguinte. Eu disse que não... que mainha é que viria no dia 02. Ele ficou todo desconsertado, mas disfarçou bem para não estragar a surpresa. Só... que eu fiquei com aquela pontinha de esperança... Uma esperança que aquela possibilidade impossível pudesse vir a acontecer, afinal, para isso, elas teriam que chegar em um dia e voltar no outro! Pois não é que na manhã do dia 30, aproximadamente às 10h, estava eu na mesa embaixo da janela, respondendo a um e-mail que Dani (NÓS 4 RUMO À QUEBÉC) me passou consolando minha melancolia quando... de repente... pára um táxi na frente do prédio... a porta se abre e eu vejo cabelos louros (Nada demais, né?! É o que mais vemos por aqui!)... depois... a porta de trás... e vejo aqueles cabelos castanhos cobrindo aquelas bochechas... ahhhhh, as bochechas.... marca registrada das “molheeerrres”. Eram elas! Que malucas! Mais maluca ainda fiquei eu. Comecei a chamar por elas de dentro do apartamento... eu não tava acreditando! Saí de casa desesperada, derrubando tudo e... o pior... de pijama! Tava o maior frio do lado de fora, mas eu não tava nem ligando. Não sabia se ria ou se chorava... nós não conseguíamos parar de nos abraçar, rir, chorar... O taxista ficou “estatalado”. Ele deve ter pensado em ligar 911 para “acudir” as doidas. Foi emocionante. Levamos um tempão para conseguir entrar em casa... cada passo um abraço. Eu estava em estado de choque, alucinada, abestalhada...
Elas vieram de “busão”. Levaram quase 12h para vir de NY, passaram pouco mais de 36h aqui, voltaram para NY e depois para o Brasil no mesmo dia! Que loucura... que cansativo...que sacrifício! Caramba! Eu não mereço a família que tenho... não mereço mesmo!
Mainha e Ciça já conheciam a cidade, mas Lisa não. Então fomos mostrar um pouco desse lugar lindo e cheio de paz que escolhemos para viver. Depois fomos buscar Lucas na escola. Paulinho e eu ficamos no lugar de costume e elas ficaram um pouco mais afastadas. Quando ele saiu pediu para ficar no parquinho (para variar!), aí eu disse que não dava, pois tinha que mostrá-lo uma coisa... ele fez logo cara abusada (para variar de novo!), mas... quando ele as avistou... ficou louco! Saiu gritando para abraçá-las feito um louco! As
outras crianças e pais que estavam por perto não entenderam nada. Devem até ter ficado é com medo daquela confusão! Não preciso nem dizer que as três se acabaram de chorar, né?!
Cada minuto que ficamos juntas foi MARAVILHOSO, totalmente intensos... Não sei nem como expressar. Hoje eu tô mais feliz que pinto no lixo! Elas vieram cheias de boas energias e ainda trouxeram com elas coisas muito, mas muito boas: Paulinho conseguiu um emprego em uma empresa de sinalização. Ele estava apostando em Biologia, mas viu que não seria tão simples assim. Então mandou um CV para um recrutamento em sinalização e em dois dias arrumou um emprego! Agora estamos um pouco mais tranquilos com a questão financeira, pois vai entrar uma graninha para ajudar, mas ele pretende continuar tentando algo em Biologia, que é o que ele realmente gosta de trabalhar. Vou postar as fotos depois... estou esperando minha irmã enviar!
Até mais.
Alice