segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mais uma crise “imigracional”...

Se é que esta palavra existe, e... se não existe agora eu inventei!
A criatura que vos escreve chegou a uma conclusão mais óbvia impossível: o ser humano é muito complicado (eu, talvez, um pouco/muito mais que outros)!
Eu, que a alguns poucos posts atrás, esta super convicta que o Québec era a decisão mais acertada... titubeei!
Paulinho descobriu o blog de Chris (Le Journal d'une Immigré), uma colega – dentista – que está em Québec Ville e manda a real: exercer minha profissão lá é uma missão-quase-impossível. Caramba, eu já sabia disto, pôxa!
Mas, ver escritinho lá não foi fácil não. Fiquei a madrugada do domingo lendo o blog dela e me angustiando. E o pior... eu já não vinha lá muito bem... até a mãe de um de meus pacientes observou e comentou que eu não estava com meu alto astral de costume (é muito difícil eu levar meus problemas pessoais para o trabalho, mas o contrário sempre acontece e o pobre do Paulinho é que me aguenta).
Agora, seguindo um conselho da própria Chris, vou fazer uma lista das coisas que me motivam a e migrar do Brasil e imigrar para o Québec:

Parte 1 – Motivos para sair do Brasil (não estão na ordem de importância, e sim de que aparecem nessa minha cabeça confusa):
Violência;
Corrupção;
Mais violência;
Os buracos das ruas, os quais, com esta minha mira aguçada, acerto todos;
Insegurança;
Mais-e-mais violência adicionada a adolescência do meu filho que não tardará a chegar;
O lixo... ah o lixo!
As pessoas-mal-educadas-que-jogam-lixo-na-rua (Ahhhhhh, como isto me irrita!);
A desigualdade social (que gera mais violência);
Falta de tranqüilidade;
A roubalheira;
A necessidade de trabalhar muito para garantir algum conforto;
O ritmo frenético da vida que se passa e quando percebemos, passou...;
O pouco tempo com meu filho e marido (nós mal nos vemos durante a semana);
O jeitinho brasileiro de querer tirar proveito de tudo e ganhar em cima dos “otários”, como nós, que querem fazer as coisas da forma correta, respeitando o direito do outro. Para não esquecer jamais disto vou personificar este pensamento, só não posso expor, ok? Mas, certamente todos conhecemos algumas/várias pessoas assim...
Quase esqueci... este calor insuportável!

Obs: Estes itens são dinâmicos, podem ser alterados a qualquer momento, dependendo do meu estado de espírito.

Parte 2 – Motivos para ir ao Québec (não estão na ordem de importância, e sim de que aparecem nessa minha cabeça confusa):
Q-U-A-L-I-DA-D-E DE VIDA! Sei que já virou até jargão, mas é verdade, fazer o quê?
Dar a Lucas, e a nós mesmos, a oportunidade de viver em um país mais bem estruturado, perfeito não, pois lugar perfeito não existe!
A possibilidade de morar em uma cidade pequena e tranquila, mas que não deixa a desejar em termos de lazer, saúde e educação.
E... sei mais lá o quê! Tudo que não me agrada no Brasil e não existe lá.

Obs: Estes itens são dinâmicos, também podem ser alterados a qualquer momento, dependendo do meu estado de espírito.

Quanto às coisas boas que temos no Brasil... acho melhor nem pensar agora! Tenho medo de desistir... Ui!?

Até a próxima!
Alice

4 comentários:

Priscilla, Mauricio e João Pedro!! disse...

Oi Alice,

Acho que é do ser humano ter duvidas no que diz respeito ao futuro ainda mais quando este envolve o futuro de outras pessoas. Imigrar é realmente uma decisão muito dificil e colocar os pros e os contras numa balança as vezes, se tranforma numa equação matematica daquelas cabeludas hehehe. E acho que este equilibrio, como vc mesma disse, depende dos nosssos sentimentos no momento. Vamos completar um ano por aqui e deste pouco tempo posso dizer que a segurança, o transporte publico eficaz e a falicidade de compra de alguns itens fizeram a diferença. Mas a saudade, o padrao de vida um pouco mais contido e não ter uma profissão reconnhecida por aqui fazem a balança pesar. Mas como disse estamos no primeiro ano e nos ja viemos com a idéia que para as coisas ficarem do jeito que planejamos vão uns 3 anos! Se não der certo pelo menos teremos a cidadania que facilita os estudos do nosso filhote por aqui!!!
Bem, este é o meu ponto de vista, acho que este processo é demorado por isso, pra gente "ter certeza" do que queremos.
Desejo que vcs encontrem a melhor solução!
Pri.

Chef disse...

Alice, reforço o que Priscilla escreveu. Faça um planejamento, pense que se não der certo você ao menos pode tirar a cidadania canadense. Faço apenas uma ressalva, num assunto que não é lá tão importante: não acho o tranporte público daqui tão eficaz não; a frequência dos ônibus depende do bairro onde se mora. E não é raro você levar sobrada porque o ônibus que deveria passar não passou. E isso pode ser num domingo à noite, quando ele passa só de hora em hora. Oui... c'est comme ça que ça marche ici...

Quanto à questão de querer vir pra cá pra se livrar das pessoas mal-educadas que jogam lixo no chão... bem... risque esse item da lista de motivos pra deixar o Brasil: aqui é exatamente igual - está cheio de mal-educados. Com o agravante de que estamos (em tese) numa cidade de Primeiro Mundo. Dá uma passada lá no Pernambucanadenses e lê o que eu tenho escrito sobre transporte e má educação das pessoas aqui em Montreal. ;)

Mas isso não é o mais importante: aqui de fato a vida é tranquila, você jamais vai ter medo que apareça alguém e aponte um revólver pra sua cabeça quando você estiver andando pela rua. E isso não tem preço.

Um abraço!

LaLeLiLoLu disse...

Oi Alice,
o teu post me inspirou a escrever sobre o assunto... Não vacile força que o caminho é longo e difícil mas invariavelmente a recompensa vem no final... E como o Felipe falou : tranqüilidade não tem preço!
Passa lá no nosso blog para ler se tiveres tempo e vontade, como vocês esperamos os exames médicos!

Liliane

Nós4 disse...

Alice,

Tive esse mesmo problema com a profissão antes de viajarmos, ao ler uma coisa que eu já sabia, caí no choro...:-(
Eu ia fazer comentários sobre itens que fazem você querer deixar o Brasil, mas meu "antecessores" de comentários já adiantaram algumas coisas.
Acrescente aí que vindo pra cá você não vai se livrar dos buracos nas ruas!!
Compramos um carro em novembro... Enquanto tinha mais neve, beleza, era um buraquinho suportável...
Foi só a neve ir embora, começam a aparecer os buracos que estavam escondidos. Meus pais devem vir no meio do ano, Hamilton já comentou que se não ajeitarem até lá, eles vão dizer que isso aqui está igual a Recife... E não será exagero, não.
E quanto ao lixo nas ruas, que o povo joga mesmo, não recolhe cocô, etc.
O transporte público também tem seus defeitos; o frio é insuportável em alguns momentos, porque você passa tanto tempo no frio que tem horas que você está de saco cheio (estou vendo isto nos meus filhos).
Agora, existe mais segurança, sim. E este é item que nos prende aqui.
Vi seu comentário pra Pri, sobre o tempo que o JP ficou pra ser atendido na emergência. Foi verdade, ela me contou pessoalmente que chegou no hospital por volta das 23:00 e o JP só foi atendido no dia seguinte, por volta das 10:00 da manhã.
O problema existe sim e é gravíssimo!! Eles têm uma boa estrutura, mas não tem pessoal. E cada vez tem menos médicos aqui.
Só quero ver até onde isso vai.
Tem 2 semanas que estamos penando com doentes aqui em casa, os meninos, agora eu e só eu sei como é ruim vc ficar perdido, sem ter atendimento, tendo ficar penando de CLSC ou de clínica em clínica ou tendo que esperar 12 horas pra conseguir uma simples receita médica.
Mas, como já te falei, tem coisas que só vivendo para saber.
E quanto às crises, tem uma citação de Albert Einstein que diz:
“Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos.
A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar “superado”."
Então, tire proveito da crise.
E tenha calma que as coisas se ajeitam!

Ahhh, lembrei de uma coisa. Vou te mandar meu msn (dondocafreitas@hotmail.com) e meu orkut (daniela.tfreitas@gmail.com), pra gente trocar idéias com mais facilidade, tá?

Beijão,

Dani